domingo, 21 de outubro de 2012

Sollys/Nestlé atropela e Sada Cruzeiro desacelera

O Sollys/Nestlé mostrou que a vontade de vencer foi superior ao favoritismo do Rabita Baku. Nessa sexta-feira, o time brasileiro conquistou o único título que lhe faltava: o Mundial de Clubes. Desde o início, as brasileiras vinham fazendo boa competição, venceram todos os jogos e chegaram à semifinal como primeiro colocado do grupo A. Na estreia do mata-mata, as meninas atropelaram as novatas porto-riquenhas por três sets a zero e garantiram a primeira vaga na grande decisão. Do outro lado, tinha a disputa entre os campeões Fenerbahce e Rabita Baku e quem levou a melhor foi o clube do Azerbaijão que já havia perdido para o Sollys, na fase classificatória.

Na grande final, o clube de Osasco enfrentou pela segunda vez o atual campeão do Mundial. Esperava-se um jogo difícil, todos os palpites apontavam para uma decisão no tie-break, contudo, esqueceram de que, em quadra, estariam cinco campeãs olímpicas. Os nomes mais aclamados no ginásio foram os de Sheilla, Jaqueline, Thaisa, Adenizia, Fê Garay, Camila Brait e Fabíola. Essas meninas deram um show de voleibol, fizeram a diferença no jogo, graças à perfeição na defesa. A vitória veio por três sets a zero, com parciais arrasadoras de 25-16, 25-14 e 25-17.

O time do Azerbaijão perdeu para si próprio, entregou 18 pontos ao clube brasileiro por causa de erros grotescos. No segundo set, o Sollys/Nestlé chegou a impor uma diferença de sete a um, havendo apenas um momento de “sufoco”, quando o Rabita Baku abriu dois pontos, no terceiro set. Mas não demorou muito para as brasileiras se recuperarem e aumentarem a diferença ao seu favor.

Com a vitória, o Sollys/Nestlé, além de garantir o título inédito para o clube, rompeu o jejum brasileiro de 18 anos sem ganhar o Mundial de clubes. A última vez em que o título foi conquistado por um time feminino do Brasil foi em 1994, pelo Leite Moça de Sorocaba. As atuais campeãs vão ter folga e, assim que retornarem, disputarão a segunda vaga para a decisão do Paulista- a primeira já foi conquistada pelo novato Vôlei Amil. O clube de Osasco que seria fechado há dois anos, por falta de incentivo, vive um momento triunfal: conquistou todas as competições possíveis e desde janeiro não sabe o que é uma derrota.

Equipe campeã comemora o título inédito 
Pela disputa masculina, o time brasileiro Sada Cruzeiro venceu a semifinal em um sufocante tie-break e encarou o atual campeão - ou melhor, o tricampeão - Trentino pela segunda vez nessa competição. A equipe italiana mostrou, mais uma vez, o favoritismo e conquistou o tetra campeonato, o quarto título consecutivo, vencendo o time mineiro por três sets a zero.

Os jogadores do Trentino merecem destaque pela indiscutível qualidade técnica. Mesmo com muitos erros de saque em toda a partida, conseguem contornar as falhas, mostrando grande habilidade com bloqueios e aproveitamento de rebotes. O tcheco Jan Stokr e o búlgaro Matey Kaziyski são os maiores pontuadores da equipe italiana na partida - cada um fez 17 pontos. Em certo momento, placar chegou a ficar com 11 pontos de diferença em favor do Trentino. No Sada Cruzeiro, Wallace de Souza foi o jogador com a maior quantidade de pontos: encerrou a briga com 12 pontos.

O primeiro e segundo sets foram vergonhosos. Os brasileiros que vinham se destacando na competição não jogaram o voleibol visto durante todo o Mundial. As parciais foram de 25-18 e 25-15, respectivamente. Quando surgiu a reação era tarde demais. A pontuação do terceiro set seguiu empatada até o final, mas o clube italiano mostrou a que veio e fechou a última parcial por 29-27. Apesar da segunda colocação, o time brasileiro pode se sentir campeão: foi seu primeiro Mundial de clube e chegou à final, perdendo apenas para a hegemonia italiana que persiste há mais de três anos.

Por Danilo Aguiar e Maria Eduarda Barbosa

Nenhum comentário:

Postar um comentário